quarta-feira, 5 de março de 2008

Nossa natureza humana


  • O verdadeiro sexo frágil

Durante muito tempo na história da humanidade acreditou-se que as mulheres por suas características corporais fossem mais “frágeis” que os homens. Algumas sociedades ainda mantêm diferenciação entre homens e mulheres, manifestando essa opinião nas questões religiosas, políticas e sociais.
Mas o que poucos sabem e, é cientificamente comprovado, que as mulheres são mais resistentes que os homens em diversos aspectos. O que vamos discutir agora é um assunto que poucos sabem: Pois mesmo antes da fecundação algumas características conferem aos homens uma maior “fragilidade” que seu sexo oposto.

Mas como isso pode acontecer se antes da fecundação não existe ainda um novo ser, e obviamente uma diferenciação sexual?

Vamos analisar em primeiro lugar as características das células germinativas, pois em espécies que se reproduzem sexuadamente elas são indispensávais para a formação do novo ser. Este novo ser originado da fusão entre óvulos e espermatozóides terá as características dos indivíduos que lhes deram origem, portanto por via de regra, os filhos sempre manifestam as características dos pais e, essas características estão nos genes, localizados no cromossomos de cada célula do organismo. No sexo masculino os cromossomos são XY, enquanto no sexo feminino, são XX. Um óvulo, portanto sempre será X e um espermatozóide pode ser X ou Y (as células gaméticas apresentam somente metade da carga genética de uma célula somática). Devido a isso é que dizemos que o pai é o determinante do sexo de seu filho, pois, se um espermatozóide X fecundar um óvulo, o embrião formado será XX, portanto, do sexo feminino. Caso contrário, se um espermatozóide Y fecundar um óvulo, o embrião será XY (do sexo masculino).
Espermatozóides X e Y apresentam características especiais, que os diferem um do outro. Foi comprovado que os espermatozóides Y movimentam-se mais rapidamente, portanto podem alcançar o óvulo antes dos espermatozóides X, porém, os espermatozóides X são mais resistentes, da forma que, após a ejaculação eles podem sobreviver por maior tempo dentro do organismo feminino. Assim, mesmo que a mulher não esteja em seu período fértil, esse espermatozóide pode permanecer vivo nas trompas até a ovulação.

Este, entre outros fatores comprovam que o sexo frágil não é o feminino. Mas mesmo assim, saliento, que não há motivos para discriminações de qualquer espécie. Pois, independente de fatores raciais, religiosos e sexuais, todos os seres humanos são iguais, apenas manifestam as características que a evolução lhes conferiu.


terça-feira, 4 de março de 2008

Beleza exótica


  • Plantas carnívoras
Muitas vezes crescemos acreditando que as plantas carnívoras são monstros aterrorizantes que devoram pessoas... Com certeza já assinstimos desenhos animados, nos quais elas engolem as pessoas com uma só bocada, e em seguida as digerem... Essas histórias fantásticas estimulam a curiosidade das pessoas que muitas vezes por falta de esclarecimento passam a pensar que esses seres são realmente monstruosos.
Para desmistificar tudo isso vamos conhecer um pouco sobre as plantas carnívoras, que óbviamente não são tão amedrontadoras como imaginamos.
As plantas carnívoras são fruto da evolução de certas espécies que buscaram uma forma de sobreviver em solos pobres em nutrientes. Essas plantas passaram a retirar do ambiente o complemento alimentar que a terra não lhes fornecia. Estima-se que as primeiras plantas carnívoras tenham habitado nosso planeta cerca de 6,5 milhões de anos atrás.
As espécies hoje existentes evoluíram das espécies ancestrais que aprisionavam parasitas como modo de defesa. Atualmente, as plantas carnívoras utilzam suas folhas modificadas para capturar principalmente pequenos insetos.
Atualmente, são conhecidas mais de 500 espécies de plantas carnívoras, espalhadas pelo mundo. No Brasil, existem mais de 80 espécies diferentes. Somos o segundo país do mundo a possuir mais espécies de carnívoras; o primeiro é a Austrália. Aqui, elas crescem principalmente nas serras e chapadas. Podem ser encontradas em quase todos os estados, sendo mais abundantes em Goiás, Minas Gerais e Bahia.
São habitantes de solos pobres em nutrientes orgânicos, com pH baixo (considerados solos ácidos), essas características encontram-se em alagados (brejos) ou solos pedregosos.
É comum encontrarmos na literatura o nome "insetívora" para estas plantas, mas muitos dos estudiosos sobre o assunto discordam e afirmam que tal termo não é correto. Insetos são o principal elemento de seu cardápio, mas a dieta das carnívoras pode ser bem variada, incluindo desde organismos aquáticos microscópicos, moluscos (lesmas e caramujos), artrópodes em geral como insetos, aranhas e centopéias e, ocasionalmente, pequenos vertebrados como sapos, pássaros e roedores.

Como as plantas carnívoras conseguem aprisionar suas presas?

Muitas espécies atraem suas presas da mesma forma que as flores atraem seus polinizadores: com formas, cores, substâncias químicas e odores. Outras se aproveitam dos padrões de luz ultravioleta de suas armadilhas para atrair insetos voadores.
Vamos conhecer alguns dos métodos utilizados pelas plantas carnívoras na captura de suas presas:
As armadilhas "jaula" são as mais famosas por ser a própria representação da ação carnívora por meio de vegetais. As folhas são divididas em duas partes, como se fosse uma boca, com gatilhos no interior. Ao ser tocado pelo inseto, o gatilho aciona um mecanismo que fecha as metades da folha em incríveis frações de segundo. Elas só voltam a se abrir após as enzimas terem digerido o animal. Essas enzimas proteolíticas são fracas e, por isso, inofensivas à pele humana e aos animais de médio e de grande porte. Esse tipo de armadilha é encontrado na Dionaea (dionéia) e Aldrovanda. A dionéia é a mais popular e ativa das plantas carnívoras; tem folhas de 8 a 16 centímetros. O inseto capturado é digerido pelas glândulas digestivas da folha da dionéia durante 5 a 15 dias.

As armadilhas de sucção são utilizadas por todas as espécies de Utricularia, pois elas vivem submersas em água doce ou brejos. Essas espécies possuem pequenas “bolsas” (utrículos), cada qual com uma minúscula entrada cercada por gatilhos que quando estimulados provocam a abertura dessa entrada. Em razão da diferença de pressão entre o interior e o exterior da 'bolsa' quando a entrada é repentinamente aberta, tudo ao redor é sugado para dentro, incluindo a presa que estimulou o gatilho.


Existem também armadilhas do tipo folhas colantes que são as mais simples e encontradas em algumas famílias sem parentesco próximo. Basicamente, são glândulas colantes espalhadas pelas folhas ou até pela planta toda. As presas são, na maioria das vezes, pequenos insetos voadores. Esse tipo de armadilha é encontrado em Byblis, Drosera, Drosophyllum, Ibicella e Triphyophyllum. Dentre estas, a Drosera apresenta movimento nas glândulas, às vezes na folha toda, enrolando-se sobre a presa para colocar mais superfície em contato com ela, de forma a ajudar a digestão e a subseqüente absorção. Com folhas de 2 a 35 centímetros, com longos pêlos glandulares, semelhantes a tentáculos que segregam líquido pegajoso, brilhante e com odor de néctar. Elas se curvam para prender os insetos e raramente reagem a um movimento que não seja o de uma presa em potencial. Quanto mais o inseto se debate, mais preso fica pelo líquido viscoso, que contém as enzimas digestivas. Os nutrientes do animal são absorvidos em cerca de 5 dias. Após isso, a folha se desenrola, pronta para nova captura.


Outras espécies apresentam ascídios que são folhas altamente especializadas, inchadas e ocas, que se parecem urnas ou jarras, com uma entrada no topo e um líquido digestivo no interior. Também podem estar presentes em algumas famílias sem parentesco próximo: Cephalotus, Darlingtonia, Heliamphora, Nepenthes, Sarracenia, etc. Capturam desde pequenos vertebrados até minúsculos invertebrados. As presas caem no líquido digestivo, ali se afogam e são digeridas. A Darlingtonia, por exemplo, é popularmente chamada de planta-jarra. As folhas, inicialmente delgadas, adquirem forma tubular. As maiores chegam até 90 centímetros de comprimento, assumindo finalmente o aspecto de jarra, com ápice alargado. A jarra é provida de nervuras vermelhas e funciona como armadilha. Os insetos caem no líquido que se acumula no interior da urna em função da cera adesiva que existe na parede interna da parte superior da jarra. Esta espécie é encontrada normalmente em barrancos úmidos e nas margens dos rios. Sua principal característica é o fato de usar bactérias para fazer a digestão dos insetos que aprisiona.

domingo, 2 de março de 2008

Lindos e perigosos

  • Peçonhentos ou venenosos?
Todos sabemos que existem animais perigosos, que podem representar grande ameaça à nossa saúde devido à potencialidade de seu veneno. Mas qual a diferença entre dizer que um animal é venenoso ou peçonhento? Será que existe diferença?
Os animais venenosos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e os animais peçonhentos são aqueles que possuem um mecanismo de inoculação deste veneno, para isto, possuem glândulas especializadas que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente.
Tomemos como exemplo os ofídios: a grande maioria das cobras são venenosas, mas são peçonhentas aquelas que possuem dentes apropriados para injetar o veneno na presa. Como as cobras podem ter diversas classificações quanto à dentição, é bastante complexo estabelecer uma regra geral, pois não existe apenas uma forma de inoculação de veneno entre os ofídios, nesse caso seriam peçonhentas todas as serpentes solenóglifas (viperídeos) e proteróglifas (elapídeos), e também algumas áglifas e opistóglifas (estas últimas não apresentam grande risco do ponto de vista médico), neste caso, deve-se considerar o modo como elas matam sua presa.
Bons exemplos de animais venenosos são os sapos.

Evolução



  • Lamarck poderia ter sido Educador?

A teoria do uso e desuso de Lamark atualmente não é a mais aceita entre os evolocionistas. Mas certamente, devemos a ele muitas das contribuições no campo da evolução. Mesmo tendo ele sido ultrapassado pelas teorias darwinistas, suas idéias serviram de base para estes estudos posteriores, que somente acrescentaram-lhe atribuições.
Quando refiro-me as teorias lamarckistas, sem dúvida refiro-me àquela que tentou esclarecer-nos sobre evolução das espécies. Esta teoria, defendida, e também contestada por muitos, enfatizava que os seres vivos por sofrerem pressões ambientais que colocavam em risco a continuidade de sua espécie, buscavam mecanismos que possibilitasse superar as adversidades do meio. Lamarck utilizou como exemplo as girafas, que, quando em escassez de alimentos, tinham de procurá-los em lugares mais adversos, onde ainda havia maior disponibilidade. Dessa forma, as girafas que não conseguiam alcançar o topo das árvores, onde ainda restava folhas, acabavam morrendo, e aquelas que se utilizavam de suas características vantajosas, como um pescoço mais longo, acabavam sobrevivendo. Para Lamarck, quanto mais utilizamos um órgão ou parte do corpo, mais esse órgão tende a se desenvolver, contrariamente, as partes que não são usadas enfraquecem, atrofiam, chegando até a desaparecer. Esta teoria foi chamada de lei do uso e desuso.


Mas de que forma podemos utilizar-nos da lei do uso e desuso quando falamos em educação?


Paremos para uma breve reflexão sobre a educação nos dias atuais e nos defrontamos com uma realidade catastrófica. Nossa realidade educacional está sofrendo uma crise de valores, deturpada pela manipulação do saber em detrimento de apenas uma parcela da população. Esta realidade, é fomentada por poucos e sustentada por muitos, pois grande parte da sociedade não disponibiliza de mecanismos que possibilitem a decodificação desses valores que, tão subliminarmente, vão sendo-nos impostos cotidianamente, tendo como efeito o condicionamento e a estagnação.
As idéias lamarckistas servem para exemplificar tudo isso... De certa forma, somos como as girafas por ele enfatizadas: Vivemos em um mundo adverso, onde necessitamos de meios para nossa subsistência, esses meios não estão à disponibilidade de todos, portanto, é necessário que se encontre meios viáveis de adquirí-los. Necessitamos de um “pescoço longo” que nos permita alcançar no topo das árvores mais altas... Esse “pescoço longo” é um valioso recurso, o único que pode modificar nossa realidade socio-política: A EDUCAÇÃO.
Utilizemo-nos então de nossas características vantajosas... De nossa capacidade crítica que possibilite-nos a mudança. Pois, somente através do uso de nossa consciência contrária à alienação poderemos desvincular-nos de valores impostos, passando a assumir uma postura crítica para não estagnar-nos pela lei do desuso.

Bem-me-quer ou mal-me-quer?


  • “Pétalas” que não são pétalas!

Obviamente, alguma vez na vida já paramos para observar uma flor... Elas são bonitas e muitas vezes, exalam odores característicos... Quem nunca colheu uma simples margarida retirando suas “pétalas” uma a uma para fazer “bem-me-quer, mal-me-quer”?
Ao contrário do que costumamos pensar, o que retiramos delas não são exatamente as pétalas... Mas sim as flores!
As margaridas, assim como os girassóis, crisântemos e outras inúmeras espécies apresentam inflorescências, que são diversas flores agrupadas sobre um ramo. No caso dessas espécies, as flores se distribuem em duas categorias: as centrais e as periféricas. As centrais são pequenas e hermafroditas (possuem gametas femininos e masculinos), enquanto as periféricas, também chamadas de flores do raio (que erroneamente consideramos como pétalas) são maiores e unissexuais femininas.


Este tipo de inflorescência, o capítulo, é encontrado em grande parte em espécies da família Compositae, ou Asteraceae (as compostas). Uma família que abrange grande quantidade de espécies que conhecemos como a alface, dália, alcachofra e muitas outras.

sábado, 1 de março de 2008

Processos Evolutivos



  • Teriam as mitocôndrias apresentado vida independente?

As mitocôndrias são as organelas citoplasmáticas responsáveis pela respiração celular, por conseqüência, deve-se a elas a liberação de energia celular responsável pelos processos vitais do organismo. Essas estruturas estão presentes em diferentes quantidades, variando de acordo com a especialização da célula.

As mitocôndrias, da mesma forma que os cloroplastos das células vegetais, possuem algumas características que sugerem muita semelhança com as bactérias, entre estas semelhanças estariam: a presença de DNA próprio e os ribossomos mitocondriais que também apresentam semelhanças com os ribossomos presentes nos monera (reino composto por bactérias e cianobactérias).

Estas particularidades sugerem que as mitocôndrias teriam evoluído de bactérias endocitadas há bilhões de anos, onde células eucariontes anaeróbicas estabeleceram uma relação simbiótica com bactérias aeróbicas, para poder utilizar-se de seu sistema de fosforilação oxidativa (respiração celular).
Essas bactérias teriam penetrado no interior da célula por fagocitose, escapando dos mecanismos intracelulares de destruição de organismos estranhos. Assim, a membrana do fagossomo teria evoluído para formar a membrana externa da mitocôndria e a membrana da bactéria tornou-se a membrana interna.
Isto sugere mais um mecanismo adaptativo que os organismos encontraram para suportar as pressões ambientais e encontrar um modo que permita sua sobrevivência.