sábado, 3 de maio de 2008

Insetos de vida social - Parte I

  • As formigas


Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Super-ordem: Endopterygota
Ordem: Hymenoptera
Família: Formicidae

Características:
Comprimento: em média 1 cm;
Cor: varia de acordo com a espécie, mas a maioria são avermelhadas ou pretas;
Quantidade de espécies: mais de 10.000 espécies catalogadas.

As formigas surgiram há cerca de 100 milhões de anos, quando a América do Sul e a África ainda estavam unidas. Os fósseis mais antigos foram descobertos em depósitos sedimentares da Formação Santana, localizada na fronteira entre o Ceará e Pernambuco.
Todas as formigas pertencem a uma só família (Formicidae). Das 16 subfamílias, sete ocorrem no Brasil, país onde se registrou maior número de espécies. Atualmente, cerca de 10.000 espécies são conhecidas.
As formigas são insetos ápteros (não apresentam asas, exceto durante uma fase da vida das rainhas). Pertencentes à Ordem Hymenoptera, a qual abrange também as abelhas, vespas e outras espécies. Em geral, possuem uma vida social altamente especializada.
As formigas são insetos terrestres, encontrados desde o Equador até aproximadamente latitudes de 50 graus, do nível do mar a altitudes de cerca de 3 mil metros. Elas vivem exclusivamente em colônias. A vida em sociedade possibilita o cuidado cooperativo à prole e a divisão de trabalho reprodutivo, com fêmeas férteis (rainhas) e estéreis (operárias).
Em geral, as colônias são fundadas por apenas uma fêmea alada. O acasalamento da formiga rainha acontece num vôo nupcial. Após a fecundação o macho morre e a rainha perde as asas antes de colocar os ovos.
Em algumas espécies, as colônias são fundadas por diversas rainhas, mas apenas uma mantém o posto: a rainha vencedora repele ou mata as outras. Em colônias maduras, a população pode chegar a milhões de indivíduos. As rainhas de algumas espécies podem viver até 18 anos.
Depois que os ovos eclodem, cabe à rainha fundadora alimentar as larvas. Para isso, ela busca alimentos ou regurgita os que estocou em seu tubo digestório. O alimento das larvas deve ser rico em proteínas, porque essa é a fase de crescimento. As larvas transformam-se em pupa e depois nascem as primeiras operárias. Então, a rainha reduz bastante suas atividades, praticamente limitando-se a colocar ovos. As operárias assumem as demais tarefas: busca de alimentos, cuidado da prole, manutenção e ampliação do ninho e defesa da colônia. Depois de atingir a fase adulta, as formigas param de crescer. Por isso elas precisam ingerir açúcares apenas para repor os gastos energéticos. Os ovos e as pupas não se alimentam.
A maioria das espécies de formigas têm hábitos oportunistas e dieta generalista, sugerindo uma ampla distribuição pelos ecossistemas. Entretanto, com base no conhecimento sobre os padrões de distribuição, grande parte das espécies vive em regiões restritas.
Nos trópicos, vivem as formigas-de-correição, em colônias com milhares de indivíduos. Essas formigas têm hábitos nômades. Na verdade, elas alternam períodos estacionários (quando se reúnem em acampamentos temporários) e períodos de deslocamento, em que toda a colônia se transfere de lugar. Durante os ciclos de deslocamento, acontecem os ciclos de produção de novos indivíduos.
A chamada formiga argentina (Iridomyrmex humilis), originária de América Tropical (Norte da Argentina e do Brasil), é a invasora por excelência. Pequena e ágil, ela se difundiu por toda a América e Europa. Alimenta-se de plantas, de substâncias açucaradas que os pulgões expelem e de substâncias doces como mel, açúcar, etc.
Outra formiga muito comum é a formiga negra, capaz de devorar uma planta inteira em poucas horas, transportando-a até o formigueiro em pequenos fragmentos. Mas elas não comem as folhas: as armazenam para que fermentem, gerando microscópicos fungos brancos que são seu alimento, ou seja, elas cultivam a própria comida. Além disso, estes fungos não aparecem por acaso. Quando empreendem seu vôo nupcial, as formigas levam em suas mandíbulas um pequeno pedaço de fungo, que irá se multiplicar e ser o sustento da nova colônia que ela irá fundar.
Entre os membros mais temíveis da Família Formicidae mais temíveis está a gigante australiana, que com suas mandíbulas grandes consegue produzir picadas profundas e dolorosas.
As formigas são responsáveis por uma parcela significativa da reciclagem de nutrientes e aeração das camadas superficiais do solo. Algumas espécies mantêm associações simbióticas com plantas, protegendo-as contra a ação de outros animais em troca de alimentos (em geral néctar). Diversas espécies bebem líquidos açucarados produzidos por pulgões, cochonilhas e outros insetos semelhantes.
Muitas formigas possuem, na parte final do abdômen, um ferrão que é ligado a glândulas. Com o ferrão elas injetam substâncias que paralisam suas presas; outras utilizam substâncias produzidas nessas glândulas para marcar trilhas, que serão usadas por suas companheiras. No homem essa substância costuma ser urticante.
A vida em colônias e a dominância comportamental no solo e na vegetação tornaram as formigas responsáveis pelo controle da população de outros insetos, além de serem os primeiros decompositores a atacar carcaças de animais mortos nas matas tropicais.
Como são muito abundantes, as numerosas colônias desfolham a vegetação, sendo consideradas as principais pragas agrícolas no Brasil, com prejuízos estimados em milhões de reais.

  • A gigante brasileira

A formiga carnívora gigante (Dinoponera gigantea) é originária do Maranhão, não tendo indicações de outras origens, nem verificando migração ou invasão de outros territórios. É a maior formiga conhecida no mundo.
Além de ter um tamanho assustador, chegando a medir três centímetros, essas formigas são venenosas. Utilizam seu veneno para imobilizar e matar outros insetos, pequenos répteis e até ratos.
A formiga gigante só ataca suas vítimas para comer, mas só utiliza seu ferrão venenoso quando se sente ameaçada. Uma picada dessa formiga pode até provocar a morte de um humano se a vítima for alérgica ao veneno da espécie.
Nas colônias dessa espécie não existe uma formiga que nasce com a função de ser rainha. A ordem de hierarquia é definida depois de uma luta entre algumas operárias. A vencedora torna-se, automaticamente, rainha.
Mesmo que as formigas sejam consideradas pragas, a natureza precisa delas, sem elas muitos ecossistemas seriam prejudicados e algumas espécies deixariam de existir.

  • Curiosidades
  • Formigas-operárias são as que só trabalham em benefício do formigueiro, estão sempre em atividade e jamais se reproduzem;
  • Seu ninho é escavado a aproximadamente dois metros de profundidade do solo, semelhante a uma fenda, a partir daí se inicia um túnel espiral de onde saem às câmaras, salas onde vivem e trabalham.
  • Na maioria das espécies de formiga os ninhos ficam na superfície;
  • Depois de eleita a rainha a fecundação acontece, e o macho aparece com a finalidade única de fecundar a fêmea. Fecunda uma única vez e a dominante pode ter filhotes pelo resto da vida;
  • As formigas representam a maior população de insetos do planeta, existem mais de 18 mil espécies, das quais três mil vivem no Brasil;
  • As formigas não dormem, têm uma audição e visão pouco desenvolvidas;
  • As formigas da espécie Odontomachus bauri têm a mordida mais rápida do mundo, literalmente, mais rápida que um piscar de olhos. Este inseto caçador é capaz de fechar as presas com velocidade entre 125 km/h e 233 km/h.

Um comentário:

Dr. Luis F. Alberti disse...

Oi. Estava lendo seu blog na entrada de 3 de março - insetos sociais parte 1. Fiquei com uma dúvida: A Iridomyrmex humilis é aquela formiga com a cabeça preta e o abdomem 'listrado'?
LUIS F. ALBERTI