sábado, 3 de maio de 2008

A classe dominante

  • Vida de inseto


A Classe Insecta está contida no filo Arthropoda, no qual estão inseridos os animais que apresentam apêndices articulados.
Os insetos surgiram na era Paleozóica, durante o período Carbonífero, há aproximadamente 350 milhões de anos atrás. Eles, provavelmente, foram os primeiros seres vivos capazes de voar.
Atualmente, existem 750 mil espécies de insetos catalogadas, totalizando um incrível número de 10 mil trilhões de indivíduos, só em formigas. Os insetos constituem ¾ da vida no planeta.
Os insetos apresentam um esqueleto externo (exoesqueleto) constituído principalmente de quitina. A quantidade de quitina varia de acordo com a espécie. O sistema circulatório dos membros da Classe Insecta é aberto e o coração se apresenta como um cilindro oco. O sistema digestório se apresenta como um tubo retilíneo de longitude variável. O sistema nervoso é relativamente simples, formado por uma sucessão de gânglios, os cinco primeiros formam o “cérebro” que juntamente com o sistema periférico desempenha funções sensoriais.
Via de regra, os insetos apresentam 3 pares de patas, e podem ter asas, ou estas podem estar ausentes, como no caso de pulgas, piolhos, formigas, etc.
O corpo dos insetos é formado por três regiões principais, chamadas tagmas, com funções claramente distintas.
A cabeça contém os órgãos sensoriais: os olhos e as antenas. As antenas, sempre duas, são de diversos tipos. Os olhos podem ser simples (normalmente são três), e são chamados de ocelos; ou compostos formados por diversos ocelos: 7 em algumas formigas, 4 mil em mosquitos e 12 mil em mariposas.
Na cabeça também está o aparelho bucal que pode ser: mastigador (o mais primitivo), picador-chupador (mosquitos, percevejos, piolhos), lambedor (abelhas), tipo esponja (moscas), tipo sifão ou espiritromba (mariposas), etc.
O segundo tagma, o tórax, é o centro da locomoção: é ele quem abriga as seis patas (cada uma articulada em vários segmentos), e as duas ou quatro asas, que podem ser úteis ou não. Quando as asas são mais duras que em outros grupos, elas se chamam tégminas, como no caso de grilos, os gafanhotos e baratas. Quando as asas são totalmente endurecidas, ou quitinizadas, elas se chamam élitros, como no caso dos escaravelhos.
Finalmente vem o abdômen, que é o centro da reprodução. Os insetos apresentam sexos separados e morfologicamente muito diferentes. Em sua grande maioria, eles são ovíparos, ou seja, se reproduzem por meio dos ovos postos pelas fêmeas.
O conjunto de transformações externas e internas que o inseto sofre desde o ovo até o estágio adulto chama-se metamorfose. Os insetos que passam por uma metamorfose muito simples, pois já nascem com o aspecto dos adultos, chamam-se ametábolos, a traça é um exemplo. Os insetos de metamorfose incompleta, ou hemimetábolos, são ninfas em seus estágios iniciais. Uma ninfa é quase sempre muito parecida ao estágio adulto, chamado imago. Esse tipo de desenvolvimento aparece nos percevejos, nos gafanhotos, nos pulgões, etc. Existem, ainda, os que passam pela metamorfose completa (holometábolos) atravessam várias etapas. No estado larval eles são muito diferentes dos adultos: não têm olhos compostos, nem patas, nem esboços de asas. Depois da etapa larval, vem a pupação: o inseto constrói um casulo, dentro do qual ele sofre uma série de transformações, até sair de lá transformado em um adulto. O exemplo mais conhecido é a borboleta.
Até atingir o estágio adulto, algumas espécies de insetos trocam sua cutícula até 23 vezes. Cada troca de exoesqueleto entre os artrópodes é chamada de muda ou ecdise.
Os insetos são agrupados em várias ordens por suas semelhanças morfológicas. A ordem que abrange maior quantidade de indivíduos catalogados é a dos coleópteros, que inclui os besouros.

  • Insetos versus homem

Os insetos diferem largamente em relação à alimentação. Alguns são hematófagos, como mosquito, pulgas, barbeiro. Outros alimentam-se de plantas, sendo herbívoros, como formigas, gafanhotos. Algumas espécies alimentam-se de material em decomposição como alguns besouros, baratas e, ainda, temos algumas espécies nectarívoras como as abelhas, vespas, borboletas. Além destes existem uma infinidade de hábitos alimentares entre os representantes da Classe Insecta. E ainda há os que praticam o canibalismo, como no caso do louva-a-deus (Mantis religiosa).
Alguns insetos podem ser considerados nocivos à espécie humana por serem transmissores de doenças além de espécies parasitas ou aquelas que são consideradas pragas. Mas também há inúmeros insetos que trazem benefícios ao homem. Além de sua conhecida utilidade no equilíbrio ecológico, seja consumindo materiais em decomposição, melhorando o solo ou contribuindo para a polinização, também existem insetos que produzem substâncias úteis ao homem. É o caso das abelhas (Apis mellifera), que fornecem, além do mel, a cera, o própolis e a geléia real.
São bem conhecidas as propriedades curativas do própolis e mesmo do veneno das abelhas, como estimulantes do sistema imunológico e por sua atividade anti-viral e antimicrobiana. O própolis atua no combate uma bactéria que causa úlceras gastrointestinais, além de ser eficaz no tratamento de infecções respiratórias.
O emprego de insetos com fins curativos é uma tradição muito forte entre os orientais. Na América, ela se originou em tempos pré-hispânicos e se mantém até os dias de hoje. Culturas indígenas mexicanas atribuem a determinados insetos funções analgésicas, anestésicas, diuréticas e afrodisíacas. Eles são largamente empregados no combate a infecções digestivas, circulatórias, respiratórias, ósseas e nervosas. Na medicina naturalista, a luciferase, proteína contida na luz dos vaga-lumes (Lampyris noctiluca), é indicada para transtornos hepáticos.
De diversos insetos também se obtém corantes naturais muito apreciados. Alguns são extraídos de flores e plantas, outros são produzidos por seu próprio metabolismo. Temos também a seda, proveniente do autêntico bicho-da-seda (Bombyx mori), que é o único inseto completamente domesticado, já não existindo em estado selvagem. Seu processo de domesticação começou na China, há milhares de anos. As larvas desta borboleta comem folhas de amoreira. Quando estão prestes a se transformar em crisálidas, elas tecem um casulo maciço, formado por um filamento único de cerca de 300 metros de comprimento, com o qual se tece a melhor seda. Existem outras borboletas grandes, silvestres de verdade, que produzem casulos similares. Mas o fio não é contínuo, e a seda obtida é de qualidade inferior.
Os insetos são cosmopolitas, habitando todos os ecossistemas. A ciência que estuda os Insetos é a Entomologia.

Um comentário:

Anônimo disse...

olhares.com/milha