quarta-feira, 28 de maio de 2008

Processos evolutivos II

  • Cactus do Rio Grande do Sul

A Família Cactaceae possui cerca de 1.300 espécies nas regiões tropicais das Américas, sendo o Rio Grande do Sul representado por aproximadamente 80 espécies e 12 gêneros.
No Rio Grande do Sul as éspécies de cactus podem ser encontradas, principalmente, associadas às formações vegetais ou em afloramentos rochosos, embora existam também espécies da família tipicamente florestais.
Possuem como característica o alto grau de evolução, tanto na morfologia vegetativa, como na estrutura floral adaptada para a polinização, pois as flores costumam ser grandes, com cores variadas, com a função de atrair os polinizadores.
A família Cactaceae é representada por plantas perenes (não perdem folhas ou outras estruturas periodicamente), geralmente suculentas e altamente especializadas.
O caule da maioria das épécies apresenta-se modificado para a realização da fotossíntese, já que, são raras as espécies que apresentam folhas. Ao invés destas os exemplares de cactus apresentam espinhos, que nada mais são do que folhas modificadas, adquiridos durante o processo evolutivo. Esta característica lhes permitiu a sobrevivência em locais com pouca disponibilidade de água e,
sendo as folhas o principal órgão responsável pela transpiração vegetal, os espinhos, além de protegerem contra os predadores, apresentam uma superfície menor, favorecendo à planta equilibrar a perda de água para o ambiente e, por consequência, as espécies de cactus podem armazenar vários litros de água no interior de seus caules, adaptando-se muito bem à climas com temperatura elevada e substratos com umidade quase inexistente.

A maioria das espécies da Família Cactaceae encontradas no Rio Grande do Sul pertencem aos gêneros: Cereus, Lepismium, Opuntia, Parodia e Rhipsalis.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ameaça extrangeira


O que segue é um comentário enviado por Sidimar Ferreira Rostan, jornalista, graduado pela URCAMP - Universidade da Região da Campanha.

Utilizo-me destas sábias palavras de modo complementar ao assunto do post de 28/04/08, entilulado: "Meu Pampa querido - Parte II", referente à prática do monocultivo de espécies de eucalipto, pinus e acácia-negra no Pampa gaúcho.

"A hipocrisia infelizmente continua sendo um eficiente instrumento político-administrativo. E o melhor exemplo da eficiência deste discurso emerge da Noruega. O país europeu justifica sua condição de ícone do desenvolvimento social por reproduzir um sistema de ensino eficaz, manter uma confiável rede pública de saúde e garantir equidade na distribuição de renda. Mas, fora de seu território, membros da coroa norueguesa fomentam o atrasado modelo de desenvolvimento econômico-financeiro que reduz a “questão” sócio-cultural à geração de empregos e ao investimento compensatório em ações reconhecidas como atos de responsabilidade ambiental. E foi no Rio Grande do Sul que a família norueguesa Lorentzen, ligada à coroa daquele riquíssimo país do norte europeu, encontrou o cenário político perfeito para potencializar o seu discurso incoerente por conveniência$. A família nórdica controla 28% da Aracruz Celulose, a maior papeleira do Brasil. E a opinião pública nunca a incomodará. Afinal, os pulmões e as expectativas dos 4,5 milhões dos nobres súditos da coroa nórdica estão bem longe do sul do Equador, onde, aliás, o pecado ainda não existe."

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Mais um pouco sobre as abelhas

  • Curiosidades

  • Pesquisas arqueológicas mostram que as abelhas sociais já produziam e estocavam mel há 20 milhões de anos, antes mesmo do surgimento do homem na Terra, o que só ocorreu poucos milhões de anos atrás;
  • A palavra colméia vem do grego, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com forma de sino feitos de palha trançada chamada de colmo;
    Na Grécia Antiga, as abelhas já assumiam tanta importância para o homem que eram consideradas sagradas para muitas civilizações. Com isso várias lendas e cultos surgiram a respeito desses insetos. Com o tempo, elas também passaram a assumir grande importância econômica e a ser consideradas um símbolo de poder para reis, rainhas, papas, cardeais, duques, condes e príncipes, fazendo parte de brasões, cetros, coroas, moedas, mantos reais, entre outros;
  • Na Idade Média, em algumas regiões da Europa, as árvores eram propriedade do governo, sendo proibido derrubá-las, pois elas poderiam servir de abrigo a um enxame no futuro. Os enxames eram registrados em cartório e deixados de herança por escrito, o roubo de abelhas era considerado um crime imperdoável, podendo ser punido com a morte;
  • Para baixar a temperatura da colméia, as abelhas do interior da colônia se distanciam dos favos e se aglomeram do lado de fora da caixa. Algumas operárias ficam posicionadas na entrada do ninho, movimentando suas asas de forma a direcionar uma corrente de ar para o interior da colméia. Essa corrente de ar, além de esfriar a colméia, auxilia na evaporação da umidade do néctar, transformando-o em mel;
  • Em períodos frios, para aumentar a temperatura do interior do ninho, as abelhas se aglomeram em "cachos". Se a temperatura continuar caindo, as operárias aumentam sua taxa de metabolismo, provocando vibrações dos músculos torácicos, gerando calor. Ocorre também uma troca de posição: abelhas que estão no centro do cacho vão para as extremidades e vice-versa.

Insetos de vida social - Parte II

  • As abelhas


Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Hymenoptera
Subordem: Apocrita
Super- família: Apoidea
Gênero: Apis
Espécie: Apis mellifera

Assim como as formigas, as abelhas também são insetos pertencentes à Ordem Hymenoptera e apresentam uma organização social complexa. São insetos que vivem agrupadas em colônias dentro de colméias e são conhecidas a mais de 40 mil anos.
As abelhas são descendentes das vespas que, durante a evolução, deixaram de se alimentar de pequenos insetos e aranhas para consumirem o pólen das flores quando essas surgiram, há cerca de 135 milhões de anos. Durante esse processo evolutivo, surgiram várias espécies de abelhas. Hoje se conhecem mais de 20 mil espécies, mas acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não descobertas. Somente 2% das espécies de abelhas são sociais e produzem mel. Entre as espécies produtoras de mel, as do gênero Apis são as mais conhecidas.
O fóssil mais antigo desse gênero que se conhece é da espécie já extinta Apis ambruster, de aproximadamente 12 milhões de anos. Provavelmente esse gênero de abelha tenha surgido na África após a separação do continente americano, tendo posteriormente migrado para a Europa e Ásia, originando as espécies Apis mellifera, Apis cerana, Apis florea, Apis korchevniskov, Apis andreniformis, Apis dorsata, Apis laboriosa, Apis nuluensis e Apis nigrocincta.
As abelhas que permaneceram na África e Europa originaram várias subespécies de Apis mellifera adaptadas às diversas condições ambientais em que se desenvolveram. Embora hoje essa espécie seja criada no continente Americano e na Oceania, elas só foram introduzidas nessas regiões no período da colonização.
Durante seu ciclo de vida, as abelhas passam por quatro diferentes fases: ovo, larva, pupa e adulto.
Em cada colméia existem cerca de 60 mil abelhas, há apenas uma abelha fêmea com os órgãos sexuais completamente formados, essa é chamada de rainha.
A abelha rainha é geneticamente igual às operárias, e sua estrutura corporal diferencia-se devido à alimentação que recebe durante o desenvolvimento. Este alimento especial e rico em proteínas é chamado de geléia real. A única tarefa das abelhas-rainhas é a postura de ovos. A abelha rainha copula uma vez com vários zangões e vive aproximadamente cinco anos. Seu abdômen é maior e mais claro.
A capacidade de postura da rainha pode ser de até 2.500 a 3.000 ovos por dia, em condições de abundância de alimento. Ela pode viver e reproduzir-se por até 3 anos ou mais. Entretanto, em climas tropicais, sua taxa de postura diminui após o primeiro ano.
A rainha consegue manter a ordem social na colmeia através da liberação de feromônios. Quando ocorre a morte da rainha ou quando ela deixa de produzir feromônios e de realizar posturas, em virtude de sua idade avançada, ou ainda quando o enxame está muito populoso e falta espaço na colmeia, as operárias escolhem ovos recentemente depositados ou larvas de até 3 dias de idade, que se desenvolvem em células especiais chamadas realeiras para a produção de novas rainhas. A primeira rainha a nascer destrói as demais realeiras e luta com outras rainhas que tenham nascido ao mesmo tempo até que apenas uma sobreviva.
As abelhas operárias são aquelas que de acordo com sua idade limpam a colméia, cuidam das larvas, produzem cera, constroem o favo, armazenam alimento e protegem a colméia. Pelo fato de viver em constante trabalho, vivem de um a quatro meses dependendo de seu cansaço físico.
O zangão nasce de um ovo não fecundado e sua função é somente fecundar a abelha rainha, morrendo pouco depois, e vivendo, no máximo, até três meses.
As abelhas podem ser divididas em três categorias: sociais, solitárias e parasitas. Abelhas sociais são as que vivem em enxame, são as minorias dentro da vasta quantidade de espécies, porém a mais conhecida.
As abelhas solitárias fazem seu ninho a partir de células de cria onde depositam pólen e néctar e sobre estes depositam seu ovo. Feito isto as abelhas solitárias fecham a célula e vão embora. Seu ninho pode ser construído no chão, fendas de pedras, madeira podre, caixas e até mesmo em ninhos abandonados de outros insetos.
As abelhas parasitas são aquelas que roubam o ninho de outras abelhas para depositar seus ovos, algumas invadem o ninho depositam seus ovos e vão embora deixando seus ovos aos cuidados da abelha dona do ninho.
Entre as abelhas Apis mellifera, a comunicação pode ser feita por meio de sons, substâncias químicas (feromônios), tato, danças ou estímulos eletromagnéticos. As abelhas produzem o mel, a geléia real, o pólen, a própolis e o veneno.
O mel é conhecido desde a antiguidade, foi o único alimento doce usado pelo homem até quando foi substituído por açúcares. O mel é o único doce rico em proteínas, sais minerais, vitaminas, enzimas, dextrinas, aminoácidos e hormônios naturais e essenciais para a vida do homem. Possui ação antibactericida como poucos alimentos.
A geléia real contém quantidades significativas de proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas, hormônios, enzima, substâncias minerais, substâncias biocatalizadores nos processos de regeneração das células.
O pólen possui elementos indispensáveis para a vida de um ser vivo pelo fato de ter bastante vitaminas, proteínas e hormônio, mas em estudo realizado na França, percebeu o ganho de peso nas pessoas que usavam o pólen para algum fim. O pólen é conhecido como o “pão das abelhas”.
A própolis é um poderoso antibiótico natural formado por ceras e resinas de brotos dentre outras partes de tecido vegetal. Leva ainda enzimas salivares e materiais inorgânicos. Possui ações bactericidas, anti-inflamatórias, cicatrizantes, anestésicas e antifúngicas.
O veneno da abelha normalmente não é fatal ao homem. O veneno só pode ser fatal se for aplicado em grande quantidade e em pessoas alérgicas. A picada de uma abelha pode ser perigosa para ela também. A abelha quase sempre morre depois de picar um homem ou outro mamífero por causa da perda do seu ferrão.
O mel, que é usado como alimento pelo homem desde a pré-história, por vários séculos foi retirado dos enxames de forma extrativista e predatória, muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Entretanto, com o tempo, o homem foi aprendendo a proteger seus enxames, instalá-los em colmeias racionais e manejá-los de forma que houvesse maior produção de mel sem causar prejuízo para as abelhas. Nascia, assim, a apicultura.
O Brasil é, atualmente, o 6° maior produtor de mel (ficando atrás somente da China, Estados Unidos, Argentina, México e Canadá), entretanto, ainda existe um grande potencial apícola (flora e clima) não explorado e grande possibilidade de se maximizar a produção, incrementando o agronegócio apícola.
As abelhas de origem alemã (Apis mellifera mellifera) foram introduzidas no Brasil em 1839. Posteriormente, em 1870, foram trazidas as abelhas italianas (Apis mellifera ligustica). Essas duas subespécies foram levadas principalmente ao sul do Brasil.
Já em 1956, foram introduzidas as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata), identificadas anteriormente como Apis mellifera adansonii.
As abelhas africanas e seus híbridos com as abelhas européias são responsáveis pela formação das chamadas abelhas africanizadas que, hoje, dominam toda a América do Sul, a América Central e parte da América do Norte.

sábado, 3 de maio de 2008

Insetos de vida social - Parte I

  • As formigas


Classificação científica:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Super-ordem: Endopterygota
Ordem: Hymenoptera
Família: Formicidae

Características:
Comprimento: em média 1 cm;
Cor: varia de acordo com a espécie, mas a maioria são avermelhadas ou pretas;
Quantidade de espécies: mais de 10.000 espécies catalogadas.

As formigas surgiram há cerca de 100 milhões de anos, quando a América do Sul e a África ainda estavam unidas. Os fósseis mais antigos foram descobertos em depósitos sedimentares da Formação Santana, localizada na fronteira entre o Ceará e Pernambuco.
Todas as formigas pertencem a uma só família (Formicidae). Das 16 subfamílias, sete ocorrem no Brasil, país onde se registrou maior número de espécies. Atualmente, cerca de 10.000 espécies são conhecidas.
As formigas são insetos ápteros (não apresentam asas, exceto durante uma fase da vida das rainhas). Pertencentes à Ordem Hymenoptera, a qual abrange também as abelhas, vespas e outras espécies. Em geral, possuem uma vida social altamente especializada.
As formigas são insetos terrestres, encontrados desde o Equador até aproximadamente latitudes de 50 graus, do nível do mar a altitudes de cerca de 3 mil metros. Elas vivem exclusivamente em colônias. A vida em sociedade possibilita o cuidado cooperativo à prole e a divisão de trabalho reprodutivo, com fêmeas férteis (rainhas) e estéreis (operárias).
Em geral, as colônias são fundadas por apenas uma fêmea alada. O acasalamento da formiga rainha acontece num vôo nupcial. Após a fecundação o macho morre e a rainha perde as asas antes de colocar os ovos.
Em algumas espécies, as colônias são fundadas por diversas rainhas, mas apenas uma mantém o posto: a rainha vencedora repele ou mata as outras. Em colônias maduras, a população pode chegar a milhões de indivíduos. As rainhas de algumas espécies podem viver até 18 anos.
Depois que os ovos eclodem, cabe à rainha fundadora alimentar as larvas. Para isso, ela busca alimentos ou regurgita os que estocou em seu tubo digestório. O alimento das larvas deve ser rico em proteínas, porque essa é a fase de crescimento. As larvas transformam-se em pupa e depois nascem as primeiras operárias. Então, a rainha reduz bastante suas atividades, praticamente limitando-se a colocar ovos. As operárias assumem as demais tarefas: busca de alimentos, cuidado da prole, manutenção e ampliação do ninho e defesa da colônia. Depois de atingir a fase adulta, as formigas param de crescer. Por isso elas precisam ingerir açúcares apenas para repor os gastos energéticos. Os ovos e as pupas não se alimentam.
A maioria das espécies de formigas têm hábitos oportunistas e dieta generalista, sugerindo uma ampla distribuição pelos ecossistemas. Entretanto, com base no conhecimento sobre os padrões de distribuição, grande parte das espécies vive em regiões restritas.
Nos trópicos, vivem as formigas-de-correição, em colônias com milhares de indivíduos. Essas formigas têm hábitos nômades. Na verdade, elas alternam períodos estacionários (quando se reúnem em acampamentos temporários) e períodos de deslocamento, em que toda a colônia se transfere de lugar. Durante os ciclos de deslocamento, acontecem os ciclos de produção de novos indivíduos.
A chamada formiga argentina (Iridomyrmex humilis), originária de América Tropical (Norte da Argentina e do Brasil), é a invasora por excelência. Pequena e ágil, ela se difundiu por toda a América e Europa. Alimenta-se de plantas, de substâncias açucaradas que os pulgões expelem e de substâncias doces como mel, açúcar, etc.
Outra formiga muito comum é a formiga negra, capaz de devorar uma planta inteira em poucas horas, transportando-a até o formigueiro em pequenos fragmentos. Mas elas não comem as folhas: as armazenam para que fermentem, gerando microscópicos fungos brancos que são seu alimento, ou seja, elas cultivam a própria comida. Além disso, estes fungos não aparecem por acaso. Quando empreendem seu vôo nupcial, as formigas levam em suas mandíbulas um pequeno pedaço de fungo, que irá se multiplicar e ser o sustento da nova colônia que ela irá fundar.
Entre os membros mais temíveis da Família Formicidae mais temíveis está a gigante australiana, que com suas mandíbulas grandes consegue produzir picadas profundas e dolorosas.
As formigas são responsáveis por uma parcela significativa da reciclagem de nutrientes e aeração das camadas superficiais do solo. Algumas espécies mantêm associações simbióticas com plantas, protegendo-as contra a ação de outros animais em troca de alimentos (em geral néctar). Diversas espécies bebem líquidos açucarados produzidos por pulgões, cochonilhas e outros insetos semelhantes.
Muitas formigas possuem, na parte final do abdômen, um ferrão que é ligado a glândulas. Com o ferrão elas injetam substâncias que paralisam suas presas; outras utilizam substâncias produzidas nessas glândulas para marcar trilhas, que serão usadas por suas companheiras. No homem essa substância costuma ser urticante.
A vida em colônias e a dominância comportamental no solo e na vegetação tornaram as formigas responsáveis pelo controle da população de outros insetos, além de serem os primeiros decompositores a atacar carcaças de animais mortos nas matas tropicais.
Como são muito abundantes, as numerosas colônias desfolham a vegetação, sendo consideradas as principais pragas agrícolas no Brasil, com prejuízos estimados em milhões de reais.

  • A gigante brasileira

A formiga carnívora gigante (Dinoponera gigantea) é originária do Maranhão, não tendo indicações de outras origens, nem verificando migração ou invasão de outros territórios. É a maior formiga conhecida no mundo.
Além de ter um tamanho assustador, chegando a medir três centímetros, essas formigas são venenosas. Utilizam seu veneno para imobilizar e matar outros insetos, pequenos répteis e até ratos.
A formiga gigante só ataca suas vítimas para comer, mas só utiliza seu ferrão venenoso quando se sente ameaçada. Uma picada dessa formiga pode até provocar a morte de um humano se a vítima for alérgica ao veneno da espécie.
Nas colônias dessa espécie não existe uma formiga que nasce com a função de ser rainha. A ordem de hierarquia é definida depois de uma luta entre algumas operárias. A vencedora torna-se, automaticamente, rainha.
Mesmo que as formigas sejam consideradas pragas, a natureza precisa delas, sem elas muitos ecossistemas seriam prejudicados e algumas espécies deixariam de existir.

  • Curiosidades
  • Formigas-operárias são as que só trabalham em benefício do formigueiro, estão sempre em atividade e jamais se reproduzem;
  • Seu ninho é escavado a aproximadamente dois metros de profundidade do solo, semelhante a uma fenda, a partir daí se inicia um túnel espiral de onde saem às câmaras, salas onde vivem e trabalham.
  • Na maioria das espécies de formiga os ninhos ficam na superfície;
  • Depois de eleita a rainha a fecundação acontece, e o macho aparece com a finalidade única de fecundar a fêmea. Fecunda uma única vez e a dominante pode ter filhotes pelo resto da vida;
  • As formigas representam a maior população de insetos do planeta, existem mais de 18 mil espécies, das quais três mil vivem no Brasil;
  • As formigas não dormem, têm uma audição e visão pouco desenvolvidas;
  • As formigas da espécie Odontomachus bauri têm a mordida mais rápida do mundo, literalmente, mais rápida que um piscar de olhos. Este inseto caçador é capaz de fechar as presas com velocidade entre 125 km/h e 233 km/h.

Os recordes entre os insetos

  • Curiosidades
  • Algumas espécies de bicho-graveto chegam a medir 7 cm de comprimento por menos de 1 mm e meio de largura, enquanto outros chegam a medir meio metro de comprimento, incluindo as patas;
  • O escaravelho gigante da Austrália (Goliathus cassicus) chega a pesar 100 g;
  • A fama de maior comilona do planeta parece ser da colorida mariposa Polifermo da América do Norte. Suas larvas consomem, em 55 dias, uma quantidade de alimento equivalente a cerca de 85 mil vezes o seu peso;
  • Algumas moscas, borboletas e mutucas que podem voar tranqüilamente a quase 40 Km/h. Já a Ischnura saharensis (uma espécie de libélula) ostenta o recorde de 57 Km/h;
  • Algumas baratas dos trópicos também estão entre os insetos terrestres mais velozes. Durante experiências, elas superaram os 50 Km/h;
  • Uma formiga comum pode levantar até 30 vezes o volume de seu corpo, e até 50 vezes seu peso;
  • Se a descendência de um único casal de moscas sobrevivesse integralmente, seriam cerca de 200 trilhões: um 2 seguido de 20 zeros... é mosca que não acaba mais!

A classe dominante

  • Vida de inseto


A Classe Insecta está contida no filo Arthropoda, no qual estão inseridos os animais que apresentam apêndices articulados.
Os insetos surgiram na era Paleozóica, durante o período Carbonífero, há aproximadamente 350 milhões de anos atrás. Eles, provavelmente, foram os primeiros seres vivos capazes de voar.
Atualmente, existem 750 mil espécies de insetos catalogadas, totalizando um incrível número de 10 mil trilhões de indivíduos, só em formigas. Os insetos constituem ¾ da vida no planeta.
Os insetos apresentam um esqueleto externo (exoesqueleto) constituído principalmente de quitina. A quantidade de quitina varia de acordo com a espécie. O sistema circulatório dos membros da Classe Insecta é aberto e o coração se apresenta como um cilindro oco. O sistema digestório se apresenta como um tubo retilíneo de longitude variável. O sistema nervoso é relativamente simples, formado por uma sucessão de gânglios, os cinco primeiros formam o “cérebro” que juntamente com o sistema periférico desempenha funções sensoriais.
Via de regra, os insetos apresentam 3 pares de patas, e podem ter asas, ou estas podem estar ausentes, como no caso de pulgas, piolhos, formigas, etc.
O corpo dos insetos é formado por três regiões principais, chamadas tagmas, com funções claramente distintas.
A cabeça contém os órgãos sensoriais: os olhos e as antenas. As antenas, sempre duas, são de diversos tipos. Os olhos podem ser simples (normalmente são três), e são chamados de ocelos; ou compostos formados por diversos ocelos: 7 em algumas formigas, 4 mil em mosquitos e 12 mil em mariposas.
Na cabeça também está o aparelho bucal que pode ser: mastigador (o mais primitivo), picador-chupador (mosquitos, percevejos, piolhos), lambedor (abelhas), tipo esponja (moscas), tipo sifão ou espiritromba (mariposas), etc.
O segundo tagma, o tórax, é o centro da locomoção: é ele quem abriga as seis patas (cada uma articulada em vários segmentos), e as duas ou quatro asas, que podem ser úteis ou não. Quando as asas são mais duras que em outros grupos, elas se chamam tégminas, como no caso de grilos, os gafanhotos e baratas. Quando as asas são totalmente endurecidas, ou quitinizadas, elas se chamam élitros, como no caso dos escaravelhos.
Finalmente vem o abdômen, que é o centro da reprodução. Os insetos apresentam sexos separados e morfologicamente muito diferentes. Em sua grande maioria, eles são ovíparos, ou seja, se reproduzem por meio dos ovos postos pelas fêmeas.
O conjunto de transformações externas e internas que o inseto sofre desde o ovo até o estágio adulto chama-se metamorfose. Os insetos que passam por uma metamorfose muito simples, pois já nascem com o aspecto dos adultos, chamam-se ametábolos, a traça é um exemplo. Os insetos de metamorfose incompleta, ou hemimetábolos, são ninfas em seus estágios iniciais. Uma ninfa é quase sempre muito parecida ao estágio adulto, chamado imago. Esse tipo de desenvolvimento aparece nos percevejos, nos gafanhotos, nos pulgões, etc. Existem, ainda, os que passam pela metamorfose completa (holometábolos) atravessam várias etapas. No estado larval eles são muito diferentes dos adultos: não têm olhos compostos, nem patas, nem esboços de asas. Depois da etapa larval, vem a pupação: o inseto constrói um casulo, dentro do qual ele sofre uma série de transformações, até sair de lá transformado em um adulto. O exemplo mais conhecido é a borboleta.
Até atingir o estágio adulto, algumas espécies de insetos trocam sua cutícula até 23 vezes. Cada troca de exoesqueleto entre os artrópodes é chamada de muda ou ecdise.
Os insetos são agrupados em várias ordens por suas semelhanças morfológicas. A ordem que abrange maior quantidade de indivíduos catalogados é a dos coleópteros, que inclui os besouros.

  • Insetos versus homem

Os insetos diferem largamente em relação à alimentação. Alguns são hematófagos, como mosquito, pulgas, barbeiro. Outros alimentam-se de plantas, sendo herbívoros, como formigas, gafanhotos. Algumas espécies alimentam-se de material em decomposição como alguns besouros, baratas e, ainda, temos algumas espécies nectarívoras como as abelhas, vespas, borboletas. Além destes existem uma infinidade de hábitos alimentares entre os representantes da Classe Insecta. E ainda há os que praticam o canibalismo, como no caso do louva-a-deus (Mantis religiosa).
Alguns insetos podem ser considerados nocivos à espécie humana por serem transmissores de doenças além de espécies parasitas ou aquelas que são consideradas pragas. Mas também há inúmeros insetos que trazem benefícios ao homem. Além de sua conhecida utilidade no equilíbrio ecológico, seja consumindo materiais em decomposição, melhorando o solo ou contribuindo para a polinização, também existem insetos que produzem substâncias úteis ao homem. É o caso das abelhas (Apis mellifera), que fornecem, além do mel, a cera, o própolis e a geléia real.
São bem conhecidas as propriedades curativas do própolis e mesmo do veneno das abelhas, como estimulantes do sistema imunológico e por sua atividade anti-viral e antimicrobiana. O própolis atua no combate uma bactéria que causa úlceras gastrointestinais, além de ser eficaz no tratamento de infecções respiratórias.
O emprego de insetos com fins curativos é uma tradição muito forte entre os orientais. Na América, ela se originou em tempos pré-hispânicos e se mantém até os dias de hoje. Culturas indígenas mexicanas atribuem a determinados insetos funções analgésicas, anestésicas, diuréticas e afrodisíacas. Eles são largamente empregados no combate a infecções digestivas, circulatórias, respiratórias, ósseas e nervosas. Na medicina naturalista, a luciferase, proteína contida na luz dos vaga-lumes (Lampyris noctiluca), é indicada para transtornos hepáticos.
De diversos insetos também se obtém corantes naturais muito apreciados. Alguns são extraídos de flores e plantas, outros são produzidos por seu próprio metabolismo. Temos também a seda, proveniente do autêntico bicho-da-seda (Bombyx mori), que é o único inseto completamente domesticado, já não existindo em estado selvagem. Seu processo de domesticação começou na China, há milhares de anos. As larvas desta borboleta comem folhas de amoreira. Quando estão prestes a se transformar em crisálidas, elas tecem um casulo maciço, formado por um filamento único de cerca de 300 metros de comprimento, com o qual se tece a melhor seda. Existem outras borboletas grandes, silvestres de verdade, que produzem casulos similares. Mas o fio não é contínuo, e a seda obtida é de qualidade inferior.
Os insetos são cosmopolitas, habitando todos os ecossistemas. A ciência que estuda os Insetos é a Entomologia.