quarta-feira, 11 de junho de 2008

Relíquia paleobotânica

  • A cidade de madeira que virou pedra

O município de Mata localiza-se no interior do Rio Grande do Sul, distante, aproximadamente, 370 Km de Porto Alegre, possuindo uma área de 299,3 K². A criação da cidade se deu em 1962, a partir do já extinto município de General Vargas.
Mata é conhecida pelo slogan de “a cidade de madeira que virou pedra” devido à existência de uma floresta pré-histórica que data de 200 milhões de anos e, petrificada, foi conservada até os dias atuais.
Perto dali, no município de São Pedro do Sul, observa-se a maior floresta petrificada do mundo.
O mais interessante é que, mesmo depois de duas centenas de milhões de anos, as árvores mantiveram todas as características, incluindo-se a estrutura molecular, os anéis de crescimento, a “casca”, as raízes, os nós, o “miolo”, etc.
Mas como isto aconteceu?
Bem, geralmente, quando uma árvore é derrubada ela apodrece e para manterem-se preservadas, as estruturas orgânicas devem ser mantidas conservadas em alguma substância que impeça que os microorganismos as decomponham. As árvores existentes na região do município de Mata mantiveram sua estrutura preservada devido à silica, conhecida vulgarmente como areia. Esse mineral ao decorrer dos anos foi penetrando na madeira das árvores e “vitrificando” sua estrutura. As partes onde a sílica não conseguiu penetrar apodreceram com o passar do tempo.
Os cientistas analisaram os exempleres petrificados e constataram que além da sílica, outros fatores, provavelmente, também contribuíram para a preservação da estrutura da flora pré-histórica da região, como: o potencial alcalino do solo que dissolve a sílica e a existência de água (gelo) durante o período de glaciação.
Já foi repetido, in vitro (em laboratório), métodos de reprodução do processo de petrificação de vegetais, porém, nunca conseguiu-se preservar a estrutura celular dos exemplares que, em boa parte das árvores petrificadas encontradas no Rio Grande do Sul, foi mantida intacta. Tão intacta, que permite aos cientistas estudarem as mudanças ocorridas ao longo do período da existência da árvore e a evolução da estrutura celular da antiga flora.

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