- Os tão incompreendidos morcegos
Há muitos mitos envolvendo esses animais, que geralmente são considerados estranhos, macabros e geralmente estão associados à histórias de terror, à vampiros sugadores de sangue, mas isto não é um fato verídico. Esses mitos povoam a mente dos menos esclarecidos, porque, na realidade, os morcegos são muito úteis para a manutenção e o equilíbrio dos ecossistemas, pois a maioria das espécies alimentam-se de néctar de flores, frutos ou pequenos animais, sendo assim, atuam no ambiente como polinizadores de muitas espécies vegetais, possibilitam a disseminação de sementes e ainda são responsáveis pelo controle de populações de animais, como insetos, roedores, e até mesmo peixes. Há poucas espécies de morcegos hematófagos (aqueles que se alimentam de sangue) e ao contrário do que costuma ser dito, eles não sugam o sangue das “vítimas” utilizando seus caninos afiados, mas sim usam os dentes incisivos para fazer um corte (parecido com uma raspagem) na pele do animal e usam a língua dobrada, em forma de tubo, para sugar o sangue de suas presas. Os morcegos hematófagos ainda são importantes na medicina, pois, sua saliva possui propriedades anti-coagulantes e pode ser utilizada no tratamento de doenças cardiovasculares.
Os morcegos são os únicos mamíferos voadores, e pertencem à ordem Chiroptera (do latim: mão transformada em asa). Costumam habitar todas as regiões do planeta, com exceção das regiões polares. Exitem cerca de 1.000 espécies descritas, representando ¼ de toda a fauna de mamíferos do mundo. No Brasil são encontradas cerca de 140 espécies. Algumas espécies (africanas e asiáticas) chegam a atingir 2 metros de envergadura, enquanto outras até 10 cm.
Outra cuiriosidade sobre esses animais é que, ao contrário do que muitos acreditam, eles possuem uma boa visão, porém, como costumam ter hábitos noturnos, utilizam-se de um eficiente mecanismo que os possibilita reconhecer objetos à distância. Esse mecanismo é chamado de ecolocação e funciona como um “sonar”. Ao emitirem gritos de altíssima freqüência, inaudíveis pelo homem, esses impulsos de ultra-som, ao atingirem um objeto, são refletidos em forma de ecos e captados pelos ouvidos. Com esse sonar, os morcegos conseguem identificar, quando em vôo, a natureza do ambiente que os circunda, a forma e as dimensões de objetos.
Nos últimos anos, tem sido observada uma crescente população de morcegos que habitam centros urbanos. Em alguns casos, fugindo ao controle e transformando-se em verdadeiras pragas, instalando-se em porões, sótãos, vãos de dilatação de prédios, elevadores, etc. Isto está relacionado com a destruição de seus habitats naturais, devido à urbanização, desmatamento, queimadas e outras tantas atividades humanas que tanto têm interferido no equilibrio ambiental.
- Morcegos insetívoros:
- Morcegos polinívoros ou nectarívoros:
Os morcegos polinívoros ou nectarívoros são observados sobrevoando durante à noite as plantas que possuem flores. Estes morcegos dão preferência às flores de cores esbranquiçadas, de odor forte, com alta produção de néctar e que se abrem à noite. Estes são pequenos e podem apresentar vôos característicos, os quais são parecidos com os dos beija-flores (pairando no ar).
- Morcegos Frugívoros:
Os morcegos frugívoros são os mais evidentes à noite, pois são relativamente grandes. Estes podem ser observados sobrevoando as árvores frutíferas à procura de alimento, dando preferência aos frutos maduros e com uma casca não muito dura. Estes morcegos freqüentam constantemente árvores conhecidas como "Chapéu de Praia", pois estas produzem um fruto consideravelmente carnoso e apetitoso. Os morcegos frugívoros também podem ser observados em corredores de vôo, ou seja, locais onde eles sempre costumam passar e em poleiros de alimentação, estes últimos são geralmente árvores próximas das árvores frutíferas utilizadas pelos morcegos. Os poleiros de alimentação são caracterizados por apresentarem restos de frutos em sua base (no chão). Os morcegos deslocam os frutos das árvores frutíferas até estes locais, onde serão devorados e posteriormente descartados (as partes não comestíveis).
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