terça-feira, 29 de abril de 2008

Meu pampa querido - Parte I

  • O Bioma Pampa – A riqueza do sul do Brasil
O nome pampa é de origem quechua (língua indígena da América do Sul, também falada no império Inca), e significa região plana.
O bioma Pampa é a única grande área natural restrita a um único estado brasileiro, o Rio Grande do Sul. O bioma avança para o Uruguai e a Argentina. É exclusivo do sul da América do Sul. O Pampa ocupa pouco mais de dois por cento do território nacional, de acordo com o Mapa de Biomas do Brasil, do IBGE. Além de campos, o Pampa inclui outros ecossistemas como os banhados: áreas alagadas, protegidas por lei porque são fundamentais para a reprodução da vida e para a regulagem dos ciclos da água e as matas ciliares ou de galeria, que acompanham o curso dos rios e servem de refúgio para a fauna. Os pampas também têm áreas de cavernas e grutas, como a Pedra do Segredo, em Caçapava do Sul, e sítios arqueológicos importantes como o da cidade de Mata, onde há exemplares de árvores petrificadas, de milhares de anos.
O Pampa está localizado entre 34º e 30º latitude sul e 57° e 63° latitude oeste. Atualmente, as terras pampeanas ocupam uma área de aproximadamente 700 mil Km², compartilhada pelo Brasil, Argentina e Uruguai. Dentro do território brasileiro, estas terras se distribuem pela metade sul do Rio Grande do Sul, abrangendo cerca de 176 mil Km² (ou seja, 17,6 milhões de hectares), o que equivale à cerca de 60% da área do estado. Entretanto, somente 39% de sua área total ainda é constituída por remanescentes de campos naturais. Entre os anos de 1970 e 2005, estima-se que 4,7 milhões de hectares de pastagens nativas foram convertidos em outros usos agrícolas, como lavouras e plantações de árvores exóticas.
Esta violenta supressão da vegetação campestre natural do Pampa gaúcho torna-se ambientalmente ainda mais grave diante da imensa riqueza da biodiversidade nela existente. Estimativas recentes indicam que esta região é composta de pelo menos 3.000 plantas vasculares, com 450 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas, além de 385 aves e 90 mamíferos, sendo parte destas espécies chamadas endêmicas, pois só ocorrem neste ecossistema.
Os pampas têm vegetação predominantemente herbácea, de 10 a 50 cm de altura. A paisagem é homogênea e plana, assemelhando-se a um imenso tapete verde.
As florestas dos Campos Sulinos abrangem em sua maioria as florestas tropicais mesófilas, florestas subtropicais e os campos meridionais. As florestas subtropicais compreendem basicamente a Floresta com Araucária, distribuindo-se sobre os planaltos oriundos de derrames basálticos, e caracterizando-se principalmente pela presença marcante do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). Em direção ao arroio Chuí, na divisa com o Uruguai, estabelece-se um campo com formas arbustivas sobre afloramentos rochosos.
O Pampa é um dos ecossistemas mais ricos em relação à biodiversidade de espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias e de interesse econômico dos campos sulinos.
Um exemplo entre os animais ameaçados de extinção está o gato-dos-pampas (Felis colocolo) que mede aproximadamente 85 cm e possui hábitos noturnos. O habitat deste felino se estende desde o Sul da Patagônia, por quase toda a Argentina, Chile, Peru e Equador.
É por isto que os campos pampeanos, na sua composição de flora e fauna, podem ser considerados tão importantes quanto uma floresta tropical, para a conservação da biodiversidade planetária.

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